quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Normas inventadas no caldeirão de maldades

    Inventar normas é um dos prazeres sádicos dos burocratas, sejam servidores públicos ou não. O número de regras a seguir já é muito grande. Em várias instituições, como no serviço público, elas já estão formalmente estabelecidas. Mesmo assim, qualquer um que esteja investido de algum poder tende a querer aumentá-las. E isso, grande parte das vezes acontece à revelia de quem realmente poderia controlar esse poder.  Esquecem-se, ou são absolutamente ignorantes, de que tais abusos lhes fazem iguais às piores doutrinas totalitárias de que tanto se fala mal por ai.
    As regras existentes na maioria das instituições tentam cobrir todos os aspectos possíveis da organização. São regras como as relativas aos direitos trabalhistas nas empresas privadas e os estatutos nos casos dos funcionários públicos. Além da legislação propriamente dita, ainda há os códigos de ética, normativos para concessão de indenizações, quadros de horários, férias e tantos outros detalhes que devem ser lembrados para que não se cometa nenhuma infração. Em alguns locais ainda se determina o que vestir, a que horas ir ao banheiro e como e quando se dirigir aos chefes. Mas isso não é tudo.
    A maior parte dos regulamentos já é formalmente estabelecida. Portanto não caberia a nenhuma autoridade ou integrante da organização que se fique criando por conta própria as normas que bem achar que devem existir. Isso não deveria acontecer, a não ser em uns pequenos casos e com o consentimento dos seus superiores na hierarquia da instituição. Sobretudo, como acontece em tantos casos, quando por iniciativa do próprio encarregado a autoridade é auto-atribuída. Ou seja, um belo dia, o cidadão passa a se investir dos poderes necessários para inventar o que quiser a respeito do que fazer ou o que deixar de fazer. Quanto menor a capacidade intelectual, certamente maior será a inventividade e o ímpeto para criar novas determinações.
    Aqui um parêntese importante para tratar do “politicamente correto”.  Em geral, o que é julgado certo em termos de proteção ao meio ambiente, por exemplo, passa ao conhecimento público e acaba virando uma norma por aclamação. Qualquer ataque que se faça a tais regras tende a ser rechaçado em prol do bem comum. Nada melhor para o pequeno burocrata. Sem condições ou mesmo sem autoridade para intervir diretamente nas atividades fins da entidade, ele passa a ter nas mãos uma arma de coerção. Isto basta para que ele julgue que pode se impor de alguma forma perante a organização. No mínimo, ele passará a ter um meio  bem eficaz de incomodar bastante a vida dos colegas.
    Infelizmente, quem realmente teria o poder para fazer o controle, às vezes não tem tempo ou conhecimento das situações ocorridas para que possa fazer a necessária interferência. O excesso de trabalho nos gabinetes da direção reduz a comunicação com o público interno. Há, em muitos casos, a certeza de que a autoridade já foi devidamente distribuída e estabelecida por delegação. É natural também que exista um pouco de incapacidade de cobrir todas as situações e acompanhar todas as áreas da empresa. A combinação desses fatores permite que os níveis hierárquicos inferiores possam, ou mesmo necessitem, completar por conta própria o que não é visto por “cima”. Então pode ocorrer de se arvorarem em criar mais normas do que o necessário ou o permitido para aquela instituição em especial.
    O problema é que tais abusos são a sementinha do totalitarismo desenfreado. Um ímpeto pequeno e mesquinho pode, por exemplo, querer definir,  por exemplo,  o que é certo e errado em relação a apagar as luzes na hora do almoço. Este, em escala maior,  é o mesmo sentimento que possui o ditador que escolhe quem vai ficar vivo ou morto por concordar ou não com o sistema. É o abuso da autoridade, mesmo que pequeno, até mesmo por manter proporção com a pequenez do criminoso que o faz. Mas não deixa, de forma alguma de demonstrar e confirmar a fragilidade do caráter humano.
    As regras existentes nas organizações geralmente já estão previstas e são de conhecimento geral. Em várias instituições, além de uma quase exaustiva legislação, há normativos e códigos a serem observados.  Mesmo assim ainda há espaço para a criatividade do pequeno burocrata. Os diretores e outros membros da alta direção não fazem, por vários motivos, a interferência necessária nesses casos.  O resultado é que a mesquinhez de espírito, a vontade cercear e o abuso de poder criam asas e imitam em pequena escala, a mesma sordidez dos grandes totalitarismos...

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Corridas de Rua – Modismo e incompetência

    O lado bom das Corridas de Rua quase não precisa ser lembrado. O zelo pela saúde e os respectivos resultados são amplamente conhecidos. O encontro com novos e velhos amigos cria uma motivação especial e que se renova a cada evento.  Já a satisfação de procurar os bons os resultados não tem preço, sejam eles quais forem.
    Quanto à saúde é fácil ver que até certo ponto a corrida é uma panaceia, um remédio para todos os males.  Melhoria da circulação sanguínea e da frequência cardíaca, benefícios à estrutura física e vários outros aspectos são beneficiados. Até mesmo do ponto de vista psicológico há benefícios indiscutíveis. A atenção que é desviada dos problemas maiores para a concentração no esporte. A descarga física que provoca reações químicas positivas no organismo. Ainda há a sensação de repouso, de tranquilidade depois das atividades.
    Em relação aos amigos é difícil descobri o que é melhor: As corridas proporcionam várias oportunidades de se encontrar novas amizades. Os eventos também ajudam a consolidar amizades antigas. De qualquer maneira, o importante é o instinto gregário do ser humano sendo privilegiado. Vantagem indiscutível é a de que a convivência não depende,  pelo menos o tempo todo, da ingestão de álcool como em outros ambientes. Os encontros ocorrem de forma aleatória em alguns casos, como quando se vê amigos antigos e que são encontrados nos eventos sem que isso tenha sido resultado de qualquer planejamento. Já outros encontros são bem previsíveis como, por exemplo, quando se visita uma equipe de corrida e se encontram aquelas figurinhas carimbadas que já fazem parte daquela turma.
    Os resultados são, em nível pessoal, uma parcela importante de tudo que ganha nas corridas. Conseguir atingir uma meta, é um exemplo, mesmo que seja a de não parar de correr até a chegada. Também é divertido tentar manter um ritmo para se obter um determinado tempo. Em alguns casos, apesar de amadores, alguns corredores têm como meta o pódio. Apesar de serem poucas as pessoas que podem se dar a esse luxo, também é um objetivo louvável nas corridas. A superação vem de qualquer forma. Até por se estar sem treinar há  muito tempo ou por não se ter passado bem no dia anterior. A satisfação de conseguir chegar é indiscutível. Até uma ressaca controlável é um ponto a mais para sentir-se superando as expectativas.
    Mas essa coisa toda de virar moda faz com que algumas interpretações do assunto fiquem meio deturpadas. Pelo lado dos atletas vê-se gente que não tem perfil nem para levar o lixo para fora tentando fazer algo que não condiz com o seu caráter.  Pelo lado das empresas há organizações com baixo nível de profissionalização e que dá sorte de organizar o evento certo por pior que sejam as condições que oferecem. E ainda há os efeitos externos da realização dos eventos tanto para  as famílias quanto para a comunidade em geral.
    O caráter de uma pessoa não precisa ser ruim para ser fraco. O fato de o sujeito não ser capaz de fazer um esforço maior, como no caso de uma corrida de rua “de verdade”,  não diz necessariamente nada de mal sobre ele. É até normal que alguns seres da espécie mantenham um comportamento atávico de autoproteção e evitem a todo custo desgastar as energias do corpo. Essa diversidade foi importante para que a raça humana chegasse até aqui. É importante que existam os fortes que vão atrás e se atiram aos desafios. E que também haja os fracos que ficam para trás e que enterram os guerreiros e curam os feridos.
    O problema é quando não se percebe que não há como lutar contra o próprio perfil. Nas corridas acontece isso. Gasta-se um bom dinheiro. Compra-se um tênis caro. Paga-se uma assessoria de corrida. Mas não há como mudar o perfil, as características psicológicas. Então o sujeito vai lá, mas não vai. Não há empenho, energia, postura de quem vai conseguir. São os grandes passeadores das eternas provas de 5km que só servem para encher os bolsos dos organizadores. Mais um obstáculo para se desviar para quem vem atrás. Só isso.
    Há eventos realmente muito importantes de corrida de rua acontecendo por aí. Todos esses eventos nasceram pequenos. E pequenas e não tão profissionais também eram as empresas que os organizavam. Acontece que os empresários parecem fechar os olhos às necessidades de acompanhar esse crescimento. O número de corredores vai aumentando. As necessidades de organização, logística, de treinamento de colaboradores crescem junto. Mas a ambição e a vontade enorme de ganhar dinheiro não permitem que se façam as devidas adequações.
    O resultado são eventos enormes com milhares de corredores e com péssima organização. Os postos de água são muito distantes. Não há continuidade no abastecimento dos postos. O ritmo de corrida é prejudicado devido ao risco que simplesmente não haja mais hidratação no resto do percurso. Horários de saída e percurso podem ser modificados unilateralmente pela empresa. Não há preocupação com cortesia ou com bom atendimento. O próprio texto dos regulamentos mostra a falta de empatia com o “cliente” corredor devido à frieza com que trata de qualquer assunto.
    O kit e seus componentes são a materialização clara da incompetência. Os empresários não lembram que os nomes de suas empresas estão ali gravados e que trata-se de cartões de visita. Aqui também o negócio é economizar. Abusa-se do baixo custo na confecção de cada item. A qualidade das medalhas é cada vez mais inferior e deixam de ter misturas de materiais e ou cores. Vão ficando cada vez menores e desinteressantes como se fosse impossível aos corredores não compará-las com as anteriores. As camisas são de material ridículo que nem consegue imitar um “dri-fit”, seja de que qualidade for. Ainda na embalagem essas camisetas já vêm cheias de fios soltos e desmontam no corpo já no primeiro uso. Tudo isso vai colaborando para construir uma imagem negativa da empresa e mesmo do próprio evento.
    Em relação à população em geral os organizadores também não demonstram grande empatia. O fechamento de determinas vias deve ser rápido e programado. Devem haver planos de escape para quem se vir preso no trânsito por causa do evento. Apesar da boa colaboração da polícia e outras entidades, a organização deve ser rápida na liberação dos espaços. O que se vê é cidadão revoltado com os impedimentos muito prolongados do tráfego e com a intransigência dos promotores desses eventos. O bom relacionamento com a população em geral é um pressuposto para a longevidade desse esporte.
    O esporte denominado “Corrida de Rua” precisa ser pensado e repensado para continuar dando os bons frutos que vem dando. Por um lado alguns pretensos corredores precisam se conscientizar do que seja realmente praticar esse esporte. As empresas organizadoras, por sua vez, devem se organizar melhor e não poupar gastos onde isso possa ser prejudicial. O público interno e externo deve ser respeitado da mesma forma.  A qualidade não deve ser vista como gasto desnecessário mas como forma de garantir a continuidade dos empreendimentos.
    O texto abaixo foi enviado a uma empresa organizadora de um grande evento anual de corrida em Belo Horizonte. A forma e o vocabulário são resultados da pressa e da motivação negativa para escrevê-lo. Mas divulgá-lo tem o objetivo de mostrar a indignação do autor com a bagunça que vem se consolidando como a marca registrada do trabalho de certas organizações.
    “Toda hora essa empresa dá mostras de que quer dificultar a coisas para os corredores. Trata-se de pessoas esses números que vocês tanto pedem acima. Não é só arrecadar não. Ontem foi um ótimo exemplo: Primeiro posto de água aos 4km??? Sem noção. As redes sociais estão aí para divulgar essas coisas. E as exigências ridículas para pegar o kit. Se eu tenho a identidade e o meu nome e cpf estão comprovados de alguma forma, então já era. Entregue-me o meu kit pelo qual eu paguei. Que tipo de empresa acha correta essa buRROcracia toda. Vcs são do governo? Outra coisa é a garrafa fechada de água. E as mudanças de percurso: "quem quiser que peça reembolso". Não importa não é? Por incrível que pareça, um pouco de humanidade não atrapalha as empresas de existirem não. Imagina-se, ou melhor, se vê o que fazem com seus empregados, tipo os poucos que foram contratados para entregar água. Ralação total e falta de organização geral. Treinamento, treinamento e mais treinamento para o staff é o que Vcs precisam. Aprendam a trabalhar com gente que organiza eventos que provoquem menos reclamações. E deixem de ser uns robots em que tudo deve acontecer do jeito que vcs querem. O evento volta da pampulha é um achado que ainda pode ser uma mina de dinheiro - já que isso é o que importa - por muitos anos. Mas a ficha das pessoas pode cair e mostrar o quanto é tudo bagunçado e desumano. Sinto muito esse texto pois eu sei que há gente boa em todos os lugares. Apesar de ser muito difícil perceber isso, às vezes...”

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

A festa no campus

    A vida na universidade é alegria garantida e quase todos se dão bem. Outros, melhor ainda. Há os momentos de se lucrar por aprender e compartilhar o que foi aprendido, com a emulação de tantas vocações e talentos. Por outro lado, viver na maioria das repúblicas,  por exemplo, é uma festa sempre animada e eterna. Os poucos intervalos são permeados por uma coisa chamada estudo.  Um grupo bem menor procura se manter à parte, aproveitando quando acha razoável, mas também se esforçando para dar continuidade ao aprendizado que o levou a passar no vestibular. Há ainda os benefícios, aproveitados pela casta nobre que se reveza na direção, que advém de se ter recursos públicos à mão para gastá-los com “autonomia”, o que nem sempre dá os melhores resultados ou que  mesmo incorre em desvios. Mas que é deles. 
    Seja por um período de graduação de 4 ou 5 anos ou numa carreira acadêmica inteira, as oportunidades sempre são muito ricas nesse ambiente. Os espíritos podem ser enriquecidos pelo saber, pela disseminação de conhecimentos e pelo aumento e sistematização dos conteúdos científicos que são ali trabalhados. Mas há também as enormes possibilidades de se festejar a vida, de se consumir o tempo na fruição desenfreada de festas e farras. Há espaço ainda para rechear os bolsos ou pelo menos tirar uma casquinha aqui e ali do dinheiro que está à disposição.
    Os aspectos positivos do ambiente são inolvidáveis. O clima é propício, com alguma disciplina, para que realmente se obtenha desenvolvimento intelectual. Seja absorvendo conhecimento ou disseminando o que foi aprendido o ser humano vai se enriquecendo e melhorando o mundo em que se vive. Às vezes os resultados não aparecem tão rapidamente, o que não quer dizer que não se esteja verdadeiramente tentando. Alunos e mestres se misturam nessas tarefas que enriquecem a vida de todos. Há espaço, quando bem utilizado, para o desenvolvimento dos talentos e vocações e o incremento dos conteúdos científicos de cada área.
    Mas há também alguns pontos fracos. Há uma turminha boa que leva a vida na farra. Passar no vestibular é ser admitido a uma festa sem fim. Bebida, bebida e mais bebida embalam a vida na maioria das repúblicas. Estudar parece ser considerado uma atividade menor e que, ao que parece, não é muito incentivada. Dias de semana, feriados, datas importantes, festas de final de ano – apesar dos que vão para casa – são sempre oportunidades para se queimar mais um pouco de carne – fazer churrasco - e esvaziar as geladeiras que estavam cheias de cerveja.
    A grande maioria dos alunos passa por essa fase e segue em frente, com uma boa quantidade de neurônios a menos, mas ainda capazes de se tornarem cidadãos úteis à sociedade. As poucas ocorrências negativas conhecidas -  as mortes devido aos excessos, por exemplo não esboçam de maneira significativa o nível de risco contínuo provocado pelas farras intermináveis. As notícias ruins são muito poucas em vista da quantidade em que poderiam acontecer. Principalmente se considerado o volume de risco assumido pelas bebedeiras.    
    Entre os estudantes é comum o puro pragmatismo em relação aos estudos. Algumas vezes por ser o que dão conta de fazer pela limitação mental. Outras por preferirem gastar a maior parte do tempo com diversão e outras distrações. Agem nesse sentido as condições físicas e mentais, bem como as ambientais. além da cultura a que o adolescente foi submetido eu seu ambiente de origem. Essas condicionantes não lhe permitem uma valorização da vivência acadêmica em que ele utilizasse todo o esforço que seria capaz de fazer. Reduzidas ficam também as possibilidades de se obter todo o sucesso possível que poderiam obter em situações ideais de esforço e dedicação. Acaba que esse é um aspecto positivo por favorecer ainda mais o sucesso daqueles que se dedicam com mais afinco.
     Aspecto interessante e menos conhecido do grande público é o uso da máquina pública em benefício próprio.  Só uma parcela, bem pequena, se apercebe das verdadeiras necessidades do outro e vive a vida acadêmica com interesse de  ensinar e trabalhar de verdade.  Os bons objetivos não importam para muita gente. Como em um microcosmo, como uma representação de uma unidade política maior como cidades ou estados, as pessoas bem intencionadas não são, geralmente, as que obtém mais sucesso. Os conchavos políticos e as armações costumam ser até piores que os ocorridos nas gestões municipais, por exemplo. 
    Os projetos inúteis garantem uma renda extra em muitos casos. Trata-se de sobrevivência e tentativa de melhorar os parcos ganhos. Textos e mais textos são produzidos sobre o mesmo assunto e “reciclados” quando necessário e de acordo com as prioridades do momento. Conhecimento novo, quando gerado, é caso de surpresa. Gerações e mais gerações de mestres e alunos se revezam a produzir os mesmo assuntos e revê-los sem acrescentar novidades – ou pelo menos sem destacá-las - ou muito menos sem se preocupar com a possível utilidade prática de tudo que está sendo visto (aqui uma ressalva para a necessidade reconhecida de que se  produza ciência pura em alguns raros casos). O retorno do valor investido pelo cidadão no caso das entidades públicas não é nem uma das metas principais. O principal, com raras e honrosas exceções é se dar bem no jogo de vaidade  e ajudar os amigos.  Admissões são feitas de maneira confusa e os julgamentos, muito pessoais, não são claros nem objetivos nem muito menos transparentes.
    Em todos esses casos as exceções sustentam o processo e são sustentadas por eles. Não houvesse os alunos sem compromisso e os conscientes teriam que estudar muito mais para se dar bem. Os profissionais  vaidosos que procuram alimentar o ego com o reconhecimento público também têm o seu valor. Sem eles, os mais tímidos e compromissados com os resultados não teriam estímulo para mostrarem seu trabalho. Isto por que o volume de produção científica e cultural seria reduzido e ocorreriam menos eventos como seminários, cursos e etc.  Infelizmente, é inerente ao ser humano que seja necessária muita produção de textos para que de uma massa enorme se possa apurar algo de bom. Aliás ciência é isso, segundo já foi dito: mais transpiração que inspiração.
    De qualquer maneira o que prevalece é a diversidade de objetivos e formas como se leva a vida no campus e no seu entorno. A brincadeira desarvorada, inconsequente e viciada de uma boa parte dos alunos é um dos mundos paralelos que convivem juntos e de forma cúmplice. Ali bem ao lado, procurando-se muito, há que se encontrar alunos conscientes cujo comportamento será, em geral, o responsáveis pelos bons resultados que terão no futuro. Entre os profissionais a seriedade com a busca de resultados se mistura com a sobrevivência e faz com que alguma coisa seja produzida de novo, a muito custo. Não se pode esquecer dos manipuladores do  patrimônio que, com poucas exceções são os que reinam sobre o dinheiro da entidade da forma que acham melhor mas também são os que fazem com que tudo funcione. As exceções aqui, além de confirmarem as regras, ainda são sustentadas por elas, ao longo de anos e anos e anos.